Inclusão pela educação: Moisés e sua mãe Ana vencem mais duas batalhas na trajetória de lutas e conquistas

Dia 14 de abril vai ficar marcado na história de um jovem de Rondonópolis e sua mãe, que escolheu a determinação como meta para superação de obstáculos, usando a educação como instrumento de inclusão. Moisés Marques da Silva começou as aulas no curso de zootecnia da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR), depois de vencer os ensinos Fundamental e Médio e as deficiências que a vida lhe impôs desde seu nascimento.

Nascido de sete meses e diagnosticado com autismo, hiperatividade e algumas comorbidade e relacionadas ª sua condição, a mãe Ana Maria Marques da Silva decidiu que o conjunto de adversidades não seria barreira para o filho ser incluído na vida, na escola, no trabalho e na sociedade.

Ana Maria foi gigante na remoção de obstáculos postos à frente de seu filho, enfrentou as resistências e fez da luta pela inclusão uma bandeira de vida. Até um projeto social ela criou para motivar quem tinha limitações e fazer da dificuldade um desafio para seguir em frente.

Assim, Moisés terminou o Ensino Médio na Escola Militar Tiradentes, trabalhando fora e fazendo uma série de outras atividades. Na transição para o Ensino Médio, a carga aumentou, porque Moisés também estava na formação da adolescência para a juventude. Nesta fase, a ajuda psicológica para mãe e filho foi fundamental. Ana e Moisés reconhecem o papel essencial da psicóloga Lídia Rocha, que de profissional também virou companheira de uma trajetória.

Já na escola, o apoio durante os três anos de curso de Moisés na Escola Tiradentes, foi de Marcelo Marques da Silva, sub-tenente da Polícia Militar que deu atenção, cuidado no ambiente interno. Esse apoio foi decisivo para seguir em frente, pois alguns percalços de aceitação foram sentidos por Moisés e sua mãe.

Com determinação e apoio de profissionais e amigos, a etapa foi vencida e a formatura no final de 2024 se transformou num momento de celebração e agradecimento. Além de Moisés e a mãe Ana Maria, o momento teve a presença de quem estendeu a mão e ajudou a trilhar o caminho.

A nota no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) garantiu a Moisés o ingresso no curso de zootecnia da UFR, curso que começa muito motivado. Apesar da alegria pela conquista mais recente, Moisés e Ana Maria sabem, também, que ambos começam um novo processo, com mais desafios pela frente.

Mas, para essa família, transpor barreiras virou lição de vida, todos os dias.

A mãe do Moisés – Ana Maria Marques poderia ser mais uma mãe no mundo, mas seus desafios começaram ainda na gravidez. Seu filho Moisés Marques nasceu prematuro de sete meses e, desde então, ele vem travando batalhas para que ele tenha uma vida normal, apesar de ser diferente. Diagnosticado com hiperatividade e autismo ainda na infância, Ana mergulhou num mundo novo para conhecer práticas para aplicar em seu filho visando seu desenvolvimento intelectual e motor.

Como uma mãe que nunca desiste de seu filho, Ana foi atrás de conhecimento para ajudar seu filho e, aos 40 anos, entrou na faculdade de Pedagogia, buscando entender a formação educacional de um ser. Conciliando a vida familiar, pessoal e profissional, ela transformou a vida educacional e motora de seu filho Moisés, evitando as chamadas escolas especiais.

A luta pela inclusão de Moisés deu resultados, com Ana se aprofundando na busca de conhecimento e, ao mesmo tempo, acompanhando as reações e necessidades de Moisés. Nas escolas por onde Moisés passou, ela foi a professora auxiliar, mostrando e sugerindo novas práticas para atender alunos diferentes.

Faça uma Criança Feliz – A missão de Ana como mãe educadora para a inclusão e desenvolvimento de seu filho Moisés deu certo. Para promover a inclusão dos alunos diferentes, ela criou o Projeto Faça Uma Criança Feliz”, em 2019, quando Moisés tinha 12 anos. O projeto levou diversão e brinquedos para escolas da periferia de Rondonópolis, cidade onde mora.

Ao fazer a ação social, ela aproveitava também para mostrar ao corpo de professores a busca por um novo olhar para quem é diferente, estimulando o acolhimento e a abordagem diferenciada para estudantes que necessitam de práticas pedagógicas diferenciadas. mas dentro da escola convencional.

Conforme Ana, o projeto nasceu porque Moisés, ao longo da sua vida escolar, sofreu bulling nas escolas, deprimindo- o com o tempo. “Por meio de palestras nas escolas, ensinar com o apoio de psicóloga, mães, e o próprio Moisés, transmitindo que ser diferente requer atenção, cuidado, respeito, paciência e amor”, relembra.

Moisés celebrando a formatura no Ensino Médio com a mãe Ana Maria e demais incentivadoras

Fonte: lupanews.com.br